06 dezembro 2006

Continuação principais acontecimentos 2

Ano de 1221

Funda a Ordem Terceira, ainda como instrumento de concórdia e de bem estar social. À Ordem primeira dos Frades Menores incumbia o apostolado de seguir os passos do nosso Senhor Jesus Cristo e de exemplo de obediência para a Igreja; á Ordem Segunda das Pobres Damas o sacrifício, a oração e o amor a Deus no Claustro e à Ordem Terceira a nobre missão de reavivar nas consciências a honestidade dos costumes e os sentimentos Cristãos de paz e caridade, destinada a homens e mulheres que sem deserção da própria família e sem renunciar as suas propriedades, pudessem levar a todos os sentimentos Cristãos e a estes os chamou de Irmãos da Penitência, conhecida hoje como Ordem Terceira Franciscana e seus membros tentam alcançar a perfeição Cristã. Nesse mesmo ano é aprovada a terceira Regra, chamada de Regra Bulada (aprovada) que impera até hoje, o texto original conserva-se como relíquia no Sacro Colégio de Assis, outra cópia, com a aprovação Papal se encontra no Vaticano.

Ano de 1224

O Frei Elias fica sabendo em sonhos que São Francisco só terá mais dois anos de vida. Neste mesmo ano o Santo de Assis nomeia o próprio Frei Elias vigário, para suceder o Frei Pedro Cattani, falecido há pouco. São Francisco inspirado por Deus junto com o Irmão Leão, seu fiel companheiro e confessor e outros Freis retira-se ao Monte Alverne já bastante doente, preparando-se para a quaresma de oração e jejum e a festa de São Miguel Arcanjo, vive em louvor a Deus passando noites e dias inteiros em oração, só um pedaço de pão e água que o irmão Leão lhe levava. O Santo de Assis aceitou os percalços e as vicissitudes da vida terrena, numa demonstração de coragem e de fé inabalável, sempre aceitou tudo se colocando dentro da virtude da humildade, e de todas as graças dadas pelo Espírito Santo, nenhuma é mais preciosa do que a da renúncia. O maior dom de Deus é o da vitória sobre o amor próprio. É feliz todo aquele que suporta todos os sofrimentos por amor a Deus. Em toda sua vida religiosa espalhou o amor universal, a caridade, a paz e a humildade, levando felicidade a muitas almas, quantas vezes no fim da sua vida, doente estigmatizado e quase cego visitava cidades e aldeias pregando as verdades evangélicas, atendia os pobres, os leprosos e necessitados, com seu coração cheio de santas consolações pedindo a paz, jamais dando por terminada sua missão terrena e desejando ainda servir a Deus. Corrigia com doces palavras, mas sabia ser enérgico quando necessário. Falava aos seus filhos espirituais para que se afastassem do orgulho, vaidade, egoísmo e avareza, que fossem sempre o exemplo da santa pobreza (como ela a chamava), humildade, caridade e trabalho. Sempre foi simples em tudo, severo consigo mesmo, mas benigno com os outros. Nos ensinamentos do Evangelho encontrava o apoio para aliviar a dor de aquelas almas que em desespero acudiam a ele, e através da sua fervorosa oração operou grandes milagres. Ele dizia: "Tudo o que faço é Nosso Senhor que me guia". Sua alma pura e cristalina aparecia aureolada de luz e ao igual que o Apóstolo Paulo repetia: "Já não vivo eu, é Cristo que vive em mim". Suas orações e meditações, constantes e prolongadas por dias e noites eram elevadas ao Ser Divino, que ele tanto amava, eram de adoração, de louvor e de ação de graças, ardentes diálogos para poder servir melhor ao Senhor, outras para pedir pelos pobres, os doentes e desamparados, ou para implorar sem cessar a Deus por seus filhos espirituais, temendo a infidelidade de uns e a deserção de outros. Conta-se que estando ante uma visão divina, dizia humildemente: "Senhor Deus, que será depois da minha morte, da tua pobre família, que por tua benignidade foi entregue a mim pecador? Quem a confortará? Quem a corrigirá? ou Quem rogará por ela? Prometeu-lhe o Senhor que seus filhos espirituais não desapareceriam da face da terra, até o fim dos tempos, grandes graças do céu receberiam os religiosos da Ordem que permanecessem na prática do bem e na pureza da Regra. Os frades Franciscanos existem há mais de 800 anos!!
O milagre da vertente, São Francisco orando a caminho do monte Alverne (onde São Francisco recebeu os estigmas). Conta-se que quando ia para o Eremitério, na longa caminhada de Assis ao monte Alverne, o pobre homem, dono do jumento que levava São Francisco lastimava-se dolorosamente: "Estou morrendo de sede, se não beber água vou morrer!". O Santo compadecido e vendo o lugar tão árido, composto só de pedras e cascalho, desceu do jumento e ficou em fervorosa oração, logo disse ao homem: "Corre para trás daquela pedra, ali encontrarás água viva, que neste momento Cristo com sua força, misericórdia e poder fez nascer". Este fato é muito comentado porque nessa região nunca existiu água. No monte Alverne falou aos irmãos: "Sinto aproximar-me da morte e desejo permanecer solitário, recolher-me com Deus para lamentar meus pecados". O Frei Leão contava que muitas vezes viu São Francisco em êxtase adorando a Deus em visões celestiais. Em uma oportunidade viu que São Francisco falava diante de uma resplandecente chama, outra vez disse que viu o Santo extrair algo de seu peito para oferecer a Deus, o Frei Leão perguntou depois a São Francisco o que significava aquilo e ele respondeu: "Meu irmão, naquela chama que viste estava Deus, o qual daquela maneira me falava, como antigamente o fez com Moisés, e entre outras coisas me pediu para lhe oferecer três coisas, e eu lhe respondi: Senhor meu, Tu sabes bem que só tenho o hábito, o cordão e uma pobre vestem e ainda estas três coisas são Tuas, que posso, pois Te oferecer Senhor?" "Então Deus me disse: Procura no teu peito e oferece-me o que encontrares. Levei a mão ao coração e encontrei uma bola de ouro e a ofereci a Deus e assim fiz por três vezes, segundo Deus me ordenara! Imediatamente pude compreender que aquelas três oferendas significavam: a Santa Obediência, a Altíssima pobreza e a Esplêndida Castidade". Noutra ocasião o próprio São Francisco ainda deslumbrado, contou a Frei Leão que viu-se cercado de inúmeros anjos, um deles tocava em delicado violino uma maravilhosa música e que se o anjo continuasse com os acordes da celeste melodia, ele certamente teria deixado a vida terrena, para participar das harmonias eternas. Na solidão em que desejou ficar o Santo também teve momentos de difíceis provações. Nos estados contemplativos, eram-lhe revelados por Deus, não somente coisas do presente, mais também do futuro, assim como, por exemplo, as dúvidas, os secretos desejos e pensamentos dos irmãos. Frei Leão numa hora amarga quando sofria tentações, recebeu uma preciosa benção para qualquer doença do espírito. Uma benção assinada com um simples Tau, que representa o símbolo da cruz, o amor a Cristo, também é o signo dos que são amados por Deus, São Francisco tinha grande veneração por este símbolo e nas suas cartas assinava com ele. Tau é a transformação, o equilíbrio, o trabalho, a conversão interior que o homem deve sofrer para unir-se as coisas superiores.
Benção a Frei Leão: "O Senhor te abençoe e te proteja. Mostre a Sua face e se compadeça de ti. Volte para ti o Seu rosto e te dê a paz. Frei Leão, que o Senhor te abençoe". Tchau São Francisco amava tanto o Cristo crucificado que pediu ardentemente duas graças, que antes de morrer pudesse ele (São Francisco) sentir na alma e no corpo o amor e o sofrimento da paixão e o Santo de Assis alcançou essas duas graças. Ele pode ver no céu, um Serafim todo resplandecente de luz que se lhe aproximou e recebe os estigmas da Paixão, traspassando-lhe os pés, as mãos e o lado direito, imprimiu-lhe no corpo os sagrados estigmas do Cristo, isto foi em
14 Setembro de 1224.
São Francisco em êxtase, recebe os estigmas, a sua frente o Serafim Alado com o rosto de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Ano de 1225

São Francisco retorna a Sta. Maria dos Anjos, muito doente e quase cego, muitos foram os milagres realizados com seus estigmas, temos o exemplo quando em Rieti, em 1225 uma grave peste devastava os rebanhos, as ovelhas caíam vitimadas por estranho mal, alguém que conhecera São Francisco pediu-lhe a benção e a sua valiosa oração para que Deus fizesse cessar a peste. O Santo, abençoando, mesmo de longe a região atingida, e mesmo estigmatizado, orou humildemente, e deu-se o milagre, da noite para o dia desapareceu o terrível mal. A corte papal envia-lhe médico para tratamento, nada resolve, sabendo-se próximo da morte, desde a planície lança uma benção sobre Assis, compõe o Cântico ao Sol e dita seu testamento.
Morte de São Francisco, rodeado de seus Filhos Espirituais e coro de Anjos. Fez ler o Evangelho e na Última Ceia abençoa seus filhos espirituais presentes e futuros.
Sta. Clara na porta do convento de São Damião, despede-se dos restos mortais de São Francisco. No dia
3 de Outubro de 1226, morre São Francisco de Assis, cantando o Salmo 141 e foi sepultado na Igreja de São Jorge na cidade de Assis.

Ano de 1228

A dois anos da sua morte é canonizado pelo próprio Papa Gregório IX no dia 16 de Julho de 1228, que vai a Assis. Conta-se que o Papa Gregório IX duvidando da chaga do lado de São Francisco, conforme depois contou, apareceu-lhe uma noite São Francisco e erguendo um pouco o braço direito, descobriu a ferida do lado e o Papa viu o sangue com água que saía da ferida, toda dúvida foi apagada.

Ano de 1230

Suas relíquias foram trasladadas para a nova Basílica em construção.

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